Bolsa de pós-graduação no exterior: veja dicas para obter – 30/01/2025 – Educação

Facebook
Telegram
WhatsApp
Bolsa de pós-graduação no exterior: veja dicas para obter - 30/01/2025 - Educação

Instituições públicas e privadas do mundo todo oferecem bolsas de pós-graduação no exterior. Além de cobrir mensalidade, deslocamento e seguro-saúde, os programas concedem um valor mensal para ajudar o estudante a se manter.

O processo de inscrição pode até ser considerado demorado ou trabalhoso, mas nunca impossível, já que as opções disponíveis contemplam diferentes perfis.

Universidades públicas brasileiras preferem alunos com sólida trajetória acadêmica, mas bolsas de governos estrangeiros ou instituições privadas muitas vezes procuram traços de liderança e bom currículo profissional.

Assim, mesmo quem não teve notas excelentes na faculdade e não ostenta uma vasta produção acadêmica pode conseguir um auxílio.

A ideia das bolsas é facilitar o intercâmbio ao eliminar custos que são proibitivos para a maior parte dos alunos, mas o processo de inscrição não é exatamente barato. Muitos programas exigem tradução juramentada de histórico escolar e diploma, além de comprovação de proficiência de língua –pacote que não sai por menos de R$ 630.

Por isso, brasileiros que fizeram mestrado e doutorado no estrangeiro recomendam se planejar com antecedência e poupar.

“Você só recebe o dinheiro quando chega ao outro país, por isso é importante ter uma reserva financeira”, diz Bruna Passos Amaral, fundadora do canal Partiu Intercâmbio, que oferece um buscador de bolsas de estudos no exterior.

Ter flexibilidade ao escolher um programa de pós também é importante, diz Bruna, que completou o mestrado na Universidade de Bonn, na Alemanha, com ajuda de uma bolsa de estudos do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico. “Tem muita gente incrível, com muita chance de ser aceita em vários lugares, mas a pessoa encana que tem de ser em determinada faculdade, fazendo tal coisa.”

Diferentes instituições oferecem bolsas de pós-graduação fora do país. As agências federais de fomento Capes e CNPq, por exemplo, levaram 7.241 bolsistas para o exterior no ano passado –um investimento de R$ 400 milhões que mira formar profissionais de alto nível.

Bolsas de doutorado-sanduíche compõe a maior parte dos auxílios oferecidos pela Capes (que é a maior financiadora federal de bolsas de pós-graduação no exterior). Nessa modalidade, o aluno seleciona a universidade anfitriã e convence um professor da instituição a orientá-lo.

De modo geral, convênios firmados entre universidades brasileiras e estrangeiras preveem isenção de mensalidades para alunos intercambistas.

As bolsas federais cobrem passagens de ida e volta e seguro-saúde no país da instituição de ensino. O governo também paga um auxílio mensal de US$ 1.300 (cerca de R$ 7.700), mais auxílio instalação no mesmo valor e adicional de US$ 400 (R$ 2.360) por mês para cidades que têm alto custo de vida.

O valor é insuficiente para cobrir os gastos em algumas cidades, diz Vinícius Teixeira, 34. Ele passou seis meses na Universidade Brown, no nordeste dos Estados Unidos, com uma bolsa de doutorado-sanduíche da Capes.

“Quando eu me dei conta disso, ainda aqui no Brasil, fiz uma opção de não ter casa fixa”, diz o doutorando do Departamento de Sociologia da USP. “Pode parecer uma loucura, mas fiz essa escolha porque tenho amigos que moram nos Estados Unidos e também porque queria aproveitar essa oportunidade para viajar.”

Em entrevista à Folha, o diretor de Relações Internacionais da Capes, Rui Opperman, disse que a agência busca ampliar o número de bolsas e indicou que um reajuste no valor dos auxílios ocorrerá até 2026.

Programas governamentais de países ao redor do globo e da União Europeia também abrem oportunidades para brasileiros. O Chevening, bancado pelo governo britânico, oferece 50 bolsas de mestrado no Reino Unido, com duração de 12 meses. São mais de 2.000 cursos elegíveis.

Depois de conseguir a bolsa, o candidato deve assegurar uma oferta de vaga em ao menos um dos três programas selecionados durante o processo de inscrição.

Ao contrário da Capes e do CNPq, que são voltados ao público acadêmico, o Chevening valoriza traços de liderança e exige ao menos 2.800 horas de experiência de trabalho —15 meses, considerando a jornada semanal brasileira.







ExigênciaCusto
Tradução juramentada de diploma e histórico escolarR$ 240 a R$ 330
Testes de proficiência (TOEFL, IELTs ou Duolingo)R$ 390 a R$ 1.300
Taxas de candidaturaR$ 150 a R$ 1.050

O Erasmus Mundus, bancado pela União Europeia, é outra opção interessante. O programa oferece mestrados conjuntos em que o estudante circula por pelo menos três universidades de três países diferentes ao longo de até dois anos.

São 213 cursos elegíveis. O candidato solicita a bolsa Erasmus no ato de inscrição na universidade e não gasta com taxas de matrícula.

“Não se compare, não olhe o grupo de pessoas que já foram e fale, ‘ah, não tenho essa experiência, eu não posso fazer isso'”, diz Isabela Christo, primeira mulher brasileira a receber uma bolsa do Schwarzman Scholars, programa criado em 2015, nos EUA, para ampliar o entendimento sobre o papel da China no século 21.

Formada em relações internacionais pelo Ibmec de Belo Horizonte, ela enfrentou uma fase escrita, com textos submetidos remotamente, e depois uma bateria de entrevistas presenciais em Nova York, com passagem e hospedagem pagas.

Mesmo assustada com o currículo dos outros candidatos, foi aprovada e enviada à Universidade Tsinghua, uma das melhores da China, para o mestrado em assuntos globais. “Cada aplicação é muito única e eu vejo que, pelo menos na Schwarzman, eles estão procurando o potencial da pessoa.”


Facebook
Telegram
WhatsApp
Rolar para cima